Reli e tenho a alegria de reindicar o livro “NAU-FRÁGIL de mim”, da monlevadense Jacqueline Silvério Jmde, publicado em 2023 pela Editora Literíssima. É o quarto livro da autora que, considerando o seu genuíno talento, só não publicou outros tantos bons títulos porque não quis. Mas admiro a prudência de quem acredita que “melhor a qualidade do que a quantidade”. Raramente a quantidade se casa com a qualidade e na literatura, especialmente, essa linha de pensamento se molda como uma luva.
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“AMOR DESMEDIDO
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Mar de dentro,
desejoso
de oceanar-se
de amor
desmedido,
não se detém
em ribeirinhas
paixões marginais.”
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Jacqueline Silvério
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“NAU-FRÁGIL de mim” chegou para ocupar seu lugar como um livro de alta densidade poética, qualidade confirmada pelos encantadores desenhos da capa e contracapa e das ilustrações internas, obra da gaúcha Daiane Cristina Wouters. Além do destaque das ilustrações, da beleza estética e gráfica que a Editora Literíssima imprimiu à obra, e da indiscutível sensibilidade poética da Jacqueline, o leitor e a leitora se encantarão com os primorosos e cativantes textos complementares da Educadora Karina de Souza Faria e do Patrício de São Miguel, que se encarregou magistralmente da apresentação da autora e do livro. O prefaciador, que é escritor e colunista, usa um pseudônimo – Patrício de São Miguel, mas as suas palavras acertam tão em cheio no alvo, que não o deixarão passar despercebido, suscitando a curiosidase do leitor sobre a sua identidade. Um prefácio pleno de referências feito por um ‘doublé’ de escritor, como ele diz, que além de abrir com maestria as primeiras linhas, faz questão de encerrar magistralmente seu olhar, como um juiz que, ao fim de um longo processo (longo porém neste caso prazeroso e jamais cansativo), bate o martelo pra desferir a sentença e atestar a genialidade culposa e dolosa da autora: “Jacqueline Silvério, você é culpada por apontar a palavra e dispará-la, por atingir e sequestrar tanta gente, tornando-a prisioneira da sua poesia. As vítimas, os jurados, o povo e o juiz são unânimes em decretar a sua sentença: usar da sua liberdade para escrever e nos encantar pelo resto da vida”.
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Falando mais sobre o que a leitura provocou em mim, esta nau aparentemente frágil me arrebatou e com a força da palavra me libertou suavemente da minha fragilidade, tirando-me do porto seguro e estagnado pela mesmice em que eu estava aprisionado, levando-me para uma viagem por mares, terras e outras paisagens ainda não navegadas, para me encantar com inusitados destinos com os quais a autora sabia que eu sonhava e precisava conhecer. Viagens, mares, terras e paisagens de sonho que só a literatura, a arte, a poesia podem nos proporcionar.
Obrigado e parabéns, Jacqueline.
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Um abraço!