
Após revisitar as poesias de um dos livros do querido e sempre generoso amigo Cesar Augusto de Carvalho, publicado pelo editor Eduardo Lacerda (Patuá), trago à tona um texto que escrevi em julho de 2019 e gostaria de compartilhar com vocês.

CURTO-CIRCUITO
“a poesia salva
o poeta morre
a palavra vive”
Cesar Augusto de Carvalho
Já fui literalmente vítima de alguns choques elétricos, mas este CURTO-CIRCUITO (Editora Patuá, 2019) do Cesar Augusto de Carvalho me atingiu de modo atípico.
Enquanto os demais choques – uns três ou quatro na vida toda, me assustaram momentaneamente e nem deixaram sequelas, este do Cesar foi impressionante, me entrando pelos olhos, rodopiando ligeiro pelo crânio e curto-circuitando pelo corpo inteiro. As sensações foram de tal modo intensas que boa parte delas, não cabendo num corpo tão pequeno para tamanha poesia, saíram coruscantes pelos poros e reentraram em rápida e alternada sequência, fazendo em mim uma verdadeira baderna, um alvoroço, uma farra, uma patuscada.
Com este “curto-circuito” de mínimas e contínuas correntes, o Cesar consegue de vez, creio que de modo por ele previsto, ligar no leitor a chave do desmoronamento daquela poesia que estava acomodada e adormecida, sem possibilidade de crescer.
Um livro de rápida porém fulminante leitura, instantes de “releases” e “insights” contundentes, como raios de poesia minuciosamente construída pra nos atingir de forma máxima, acendendo definitivamente em nossa alma uma nova luz e fixando em nossa pele a sua tatuagem.
Os textos de CURTO-CIRCUITO orientam como num livro polo de pequenos poemas-passagens que chegaram pra ficar, pra reacender no leitor a chama da poesia que tudo move, que tudo renova e transforma.
Comprem e leiam. Vale muito a pena.

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