Janaina SantAna e Cesar Augusto de Carvalho – do Facebook
“a poesia salva
o poeta morre
a palavra vive”
Cesar Augusto de Carvalho
*Já fui literalmente vítima de alguns choques elétricos, mas este CURTO-CIRCUITO (Editora Patuá, 2019) do Cesar Augusto de Carvalho me atingiu de modo atípico. Enquanto os demais choques – uns três ou quatro na vida toda, me assustaram momentaneamente e nem deixaram sequelas, este do Cesar foi impressionante, me entrando pelos olhos, rodopiando ligeiro pelo crânio e curto-circuitando (sic) pelo corpo inteiro. As sensações foram de tal modo intensas que boa parte delas, não cabendo num corpo tão pequeno para tamanha poesia, saíram faiscantes pelos poros e reentraram coruscantes em rápida e alternada sequência, fazendo em mim uma verdadeira baderna, um alvoroço, uma farra, uma patuscada, literalmente.
Com este “curto-circuito” de mínimas e contínuas correntes, o Cesar consegue de vez, creio que de modo por ele previsto, ligar no leitor a chave da desorientação e do desmoronamento daquela poesia que estava acomodada e adormecida, sem possibilidade de crescer.
Um livro de rápida porém de fulminante leitura, com instantes de “releases” e “insights” contundentes, como raios de uma aparentemente mínima poesia m a nos atingir de forma máxima. Para acender definitivamente em nossa alma uma nova luz e fixar em nossa pele a sua tatuagem, vestígios do seu ataque. Os textos de CURTO-CIRCUITO nos orientam, como num livro polo de pequenos poemas-passagens, mas passagens que chegaram pra ficar, pra nos mover e nos transformar. Transformar pra melhor.
Remisson Aniceto©
*Texto publicado originalmente em julho de 2019
Deixe um comentário