“Mario Quintana nasceu em 1906 e morreu em 1994. Além de poeta, foi tradutor. Publicou seu primeiro livro em 1938: A rua dos cata-ventos. Recebeu os prêmios Fernando Chinaglia, Machado de Assis, e Jabuti, além do título de cidadão honorário de Porto Alegre, da medalha Negrinho do Pastoreio e do título de doutor honoris causa das seguintes instituições: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Unicamp e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O espelho

“E como eu passasse por diante do espelho
não vi meu quarto com as suas estantes
nem este meu rosto
onde escorre o tempo.

Vi primeiro uns retratos na parede:
janelas onde olham avós hirsutos
e as vovozinhas de saia-balão
como paraquedistas às avessas que subissem do fundo do tempo.

O relógio marcava a hora
mas não dizia o dia. O Tempo,
desconcertado,
estava parado.

Sim, estava parado
em cima do telhado…
como um cata-vento que perdeu as asas!”

——

““Eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente.”

“Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão.”

“Estou com 78 anos, mas sem idade.”

“Sou tão orgulhoso que acho que nunca escrevi algo à minha altura.”

“Poesia é insatisfação, um anseio de autossuperação.”

“Um poeta satisfeito não satisfaz.”

A seguir, algumas frases (versos) extraídas do livro Apontamentos de história sobrenatural:

“A morte odeia as curvas, a morte é reta.”

“Quem faz um poema salva um afogado.”

“Poeta é o que encontra uma moedinha perdida…”

“O domingo é um cachorro escondido debaixo da cama.”

“Deus é mais simples do que as religiões.”

“Não são todos os que realizam os velhos sonhos da infância!””

Imagem: Novabrasilfm


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