Poema de Angela Zanirato

À beira do abismo você salta ou voa?  
O que é saltar senão voar para baixo? O que está em baixo
é um fio prolongado entre o que está em cima.
Da margem direita do rio, vejo a esquerda tornar-se espelho.
Algumas remadas e a paisagem se devora.
Tudo é lugar. Tudo é quase e nunca.
Estou sempre por aqui:
meu locus diegético, minha fala vúlvica
a porta do ventre da palavra.
A asa que você busca.
Voa. Ave!

Fonte: Feicebuque da Angela Zanirato

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