Contraídos o risório e o zigomático,
Explode em ti sonora gargalhada.
Do veneno do teu riso tão elástico,
Minhas cordas também são contagiadas.
Tudo em ti é motivo de euforia
E até o vento faz-me cócegas, passando.
De tudo rimos e na falsa alegria
O teu riso com o meu riso vai rimando.
Com o riso tu me enganas e eu te engano;
Se sorrimos, damos bah! Para a tristeza;
Riamos, que o riso encobre o dano.
Devemos rir, pois só o riso nos sobeja.
Serão bobos? Vão dizer, somos insanos!
E talvez rindo, a triste Morte não nos veja.
Remisson Aniceto
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