Eu te peço:
não me tortures.
Eu confesso,
eu me entrego.
Por mais que pareça,
nenhum verso
que assino é meu.
Eu só olho pra cima, pego
os versos que voam
sobre a minha cabeça
e transcrevo
o que alguém já escreveu.
Não me tortures,
eu te peço:
eu me entrego.
Não procures
por nenhum poema meu.
Eu confesso:
por mais que pareça,
eu nada escrevo.
Somente fecho os olhos
e recolho os versos
que passam pelo ar
sobre a minha cabeça.
Recolho, ajunto os versos
e transcrevo
o que alguém já escreveu.
Eu te peço:
não me tortures,
eu me entrego.
Eu confesso:
nenhum verso
que escrevo é meu.
Não me tortures,
eu confesso.
Remisson Aniceto
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