Um cravo vivia abraçado com uma rosa.
Ele, sempre gentil; ela, toda charmosa.
Mas, um dia, os namorados brigaram feio
e o vento, que tudo acompanhava, interveio
e soprou, encostando a rosa no cravo,
que no espinho da amada se feriu.
— Ingrata! – disse ele, muito bravo.
Mas um lírio da paz, que a tudo assistiu:
— Ingrato és tu! Deixa de prosa!
Foi a ação do vento que te feriu.
Briga com ele, e não com a rosa!
Vendo que o seu sopro não ajudava
e que a sua intervenção de nada serviu,
o vento, todo triste, já não soprava.
Remisson Aniceto
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