sempre a mesma cena
dia e noite acontece:
quando a mente ordena,
o corpo não obedece.
movendo-se devagar,
quando o corpo sinaliza
o desejo de levantar,
a mente não autoriza.
dilema sem explicação
que nunca desaparece:
quando o doente fica são,
quem era sadio adoece.
de ambos dependente,
aos poucos a vida se esvai,
definhando corpo e mente:
se um levanta, o outro cai.
nenhum deles entende
ou não quer entender:
se deles a vida depende,
dela, sempre irão depender.
mas se agora um quer viver
e o outro só quer depois,
fico no meio, sem entender
que sou nada, dividido por dois.
nem tudo é como você quer
e nem tudo é como eu quero.
se um sozinho não pode viver,
metade de dois não é um, é zero.
Remisson Aniceto
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