Ele foi o rei da Judeia, um dos homens mais articulados de seu tempo. Entretanto a sede de poder e o ciúmes, o tornou um dos ditadores mais perversos da história. Aquele que entrou para as páginas como o matador de crianças judias
Herodes nasceu por volta de 74 a.C. na terra de Edom, cidade conhecida atualmente como Neguev ou Neveg, em uma pequena região deserta ao sul da Judeia. Filho do pai Antipatros e da mãe Cupros ou Cipros. Herodes herdou a sede de poder do pai, que era um seguidor de Hircano II. Aliás, foi por meio dos laços de seu pai com Hircano e o apoio a César que Herodes e seu irmão Fasael conseguiram suas primeiras nomeações para cargos públicos.
Herodes era um menino de 16 anos quando conseguiu ser nomeado como prefeito de Galileia, no norte da Judeia. Foi durante suas primeiras atitudes como mandatário que ele mostraria sua forma de agir em toda a sua vida no poder. Ele era tirânico, justo e, ao mesmo tempo, bárbaro. Ao chegar ao cargo máximo, um de seus atos foi desfazer um grupo de semir religiosos que não aceitavam pagar os tributos e desobedeciam as leis do governo.
Atos de violência
A primeira vítima de Herodes foi o líder dos rebeldes, um homem chamado Ezequias. Ele foi capturado, torturado e executado sem nenhum tipo de julgamento. O ato enfureceu os judeus mais tradicionais e foi chamado a prestar esclarecimentos ao sinédrio (Suprema corte judaica). Herodes só foi liberado devido a uma ordem repentina vinda de Roma, senão seria condenado. Isso o deixou ainda mais arrogante. Tempo depois, em 15 de março de 44 a.C. Júlio César foi assassinado e a família de Herodes (conhecidos como herodianos) ficou na expectativa pelo nome do substituto do imperador. Afinal suas posições públicas dependiam disso.
A vida de Herodes melhorou muito quando, em um ataque de rebeldes judeus contra ele e Hircano, conseguiu conter o grupo. Em retribuição, Hircano deu a mão de sua neta, a princesa Mariamne, em casamento. Mesmo sendo casado com a árabe Dóris, Herodes contraiu novo casamento que, aliás, não foi o único. No decorrer de sua vida, Herodes casou-se com mais de dez mulheres e com elas teve entre 12 e 14 filhos.
Seu maior desafio sempre foi conquistar Roma e assim conseguir mais poder. Foi dessa forma que se aproximou de Marco Antônio, o líder do Império romano. Ambos tinham muito em comum, em especial suas naturezas cruéis e brutais. Marco Antônio logo deu provas disso ordenando a execução de centenas de judeus em sinal da lealdade de Herodes. Fora isso, nomeou-o com seu irmão para governar e co-governar a Judeia.
O apoio de Roma
Não foram poucos os problemas que Herodes enfrentou no poder, em um deles fugiu para Massada com parte de sua família e soldados. Lá ficou escondido do exército de Antígono, um de seus maiores inimigos. Não conseguindo se sustentar por muito tempo ali, rumou para Roma com a finalidade de pedir proteção aos romanos. O Senado concordou com o seu pedido de ser nomeado “rei dos judeus” e com o restabelecimento da soberania romana na Judeia. Foi assim que o ditador seguiu para Massada a fim de libertar seus seguidores e sitiou Jerusalém antes de seguir para seu destino. Antígono, que havia sido capturado por Herodes, foi enviado a Roma, chicoteado até a morte e depois decapitado.
Durante o seu reinado, Herodes manteve sua estratégia de bom ditador e de apoiar quem estivesse no poder. Fosse Marco Antônio a estrela de Roma, ele o apoiava; se era Otávio, mudava de lado. Assim alternava sua lealdade, em detrimento de quem estivesse no poder.
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